sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A VIAGEM

O      O fim está próximo         
         já o sinto nos ossos e nas veias.
         Embora não possa vê-lo
         pressinto sua chegada.
         Estarei preparada?

        Seria justo comigo mesma
        soltar de repente essas correntes
        que prendem este mar
        e me deixar naufragar
        sem a menor resistência?
        E de que adiantaria afinal
        toda a minha insistência
        se eu quisesse ficar?

        Tudo seria inútil. Teria opção?
        Teria preço minha decisão
        de ir ou ficar?
        Ou a escolha seria gratuita,
         se merecida,
        ou simplesmente concedida,
        ou simplesmente negada?

        É tudo tão vago!
        Tudo sem sentido
        e por estar assim
        tudo tão indefinido
        é que mais me apavora
        Essa demora de saber
        o caminho que devo seguir
        para no caso de ter mesmo de ir
        ao menos não vá antes da hora.
       
       
        Porém, alguma coisa me consola
        a certeza da incerteza do futuro
        a curiosidade acima de tudo
        minh'alma devora.
        É fascinante imaginar como seria
        conhecer e desbravar
        como antigamente se fazia
        em terrras selvagens
        E descobrir e desvendar
        o segredo da mina
        no final de cada viagem.
      

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