domingo, 15 de maio de 2011

QUANDO SORRIR É PRECISO

Admiro quem não é dissimulado. Quem deixa transparecer suas emoções, sejam elas quais forem.
Não gosto de gente que pensa uma coisa e demonstra outra. Não confio em gente assim. Mas há momentos na vida em que não podemos mesmo demonstrar os nossos sentimentos.  Há situações onde o sofrimento de pessoas inocentes será poupado com um simples sorriso, mesmo que por dentro o coração esteja sangrando.
Como numa sala de espera de um consultório médico uma mãe tenta alegrar suas filhinhas, fazendo gracinhas e, de vez em quando, simula ajeitar os cabelinhos delas, mas que na verdade está checando se a febre está aumentando.
A dor, o cansaço, a decepção por três diagnósticos anteriores errados e a consequente piora do quadro das filhas parecem, por instantes, não transparecer aos olhos de estranhos. Contudo, para quem conhece profundamente seus traços e expressões revela-se o esforço a que ela se submete para transmitir-lhes tranqüilidade.
E quem filma acaba sorrindo, numa cumplicidade silenciosa.