domingo, 30 de janeiro de 2011

A CULPA É DA DILMA

- Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher. – diz o ditado. E não meti a minha, embora tenha me coçado de vontade. 
Todo processo de separação é lento e sofrido, como sabemos. As brigas vão se tornando constantes e à medida que se vislumbra o final da relação, os motivos ou pretextos que geram novas discussões tomam proporções cada vez abismais, mesmo que aos olhos dos de fora cheguem a ser ridículos. O casal sentado à minha frente no ônibus, estava visivelmente nesta fase terminal. A fase de atribuir aos outros a responsabilidade das causas e conseqüências do que está prestes a acontecer.
Em certos momentos cheguei a sentir pena de um e de outro, mas, sobretudo do marido, que não conseguia entender porque sua esposa lhe pedia uma prova de amor tão acima de suas forças. Segundo sua lógica de raciocínio essa balela de igualdade de direitos da mulher nada mais é que uma tentativa dessas mal-amadas de desestruturarem as famílias. Chegaram a eleger uma delas para dirigir o país. - Veja se pode uma coisa dessas. Agora sim, é que a coisa vai, ladeira abaixo. - Todas as mulheres, até a sua, querendo mandar nos homens. Agora, a outra lá no poder, dizendo que elas podem! Podem o quê, meu Deus? Fazer asneiras? – Má influência, isto sim! –
Estava já cansado de lhe fazer concessões e disposto mesmo a abrir mão do seu casamento para preservar os verdadeiros valores de um homem.
Tudo bem que ela trabalha sentada e no ar condicionado e ele não, afinal, as mulheres são mais fracas mesmo. Não agüentam trabalho duro.  Para isso foram criados trabalhos mais fáceis para elas.
Tudo bem que ela ganha mais do que ele. Foi difícil, mas como nunca se tocou nesse assunto, um dia acabaria esquecendo. - A gente tem que perdoar certas coisas pra viver em paz. -
Tudo bem que o salário da empregada é ela quem paga, e o colégio das crianças, e o supermercado. Mas pensa que não dói ter que sacar o talão de cheques de conta-conjunta para pagar as contas? Ou quando não, ter que pedir-lhe o dinheiro antes de sair de casa, para que os outros não a vejam pagando as compras? E tudo isso ele suporta. Por amor!
Tudo bem ter que comer da comida que ela resolve fazer, quando chegam em casa, e não a que ele gostaria de comer. Tudo bem ter que usar a camisa que ela decidiu passar na noite anterior e não aquela sua preferida. O homem tem que deixar a sua mulher decidir as coisas dentro de casa. Por uma questão de respeito até!
Mas agora ela passou dos limites: Propor que ele ocupe uma vaga na empresa onde ela trabalha e pretender que ele aceite? Ficou louca? Perdeu a razão ou o quê? Com que cara vai falar para os amigos que trabalha no mesmo setor que a sua mulher e ainda por cima é subordinado a ela?
E se ele tiver que socar a cara de alguém para lhe defender, quando uma ordem estapafúrdia causar risos? Porque, certamente há muitas, é que ele não vê e ela não lhe conta, mas estando presente é outra coisa. Vai ter que tomar uma providência!
E depois, tem outra coisa que ela não está percebendo, porque é ingênua: a empresa onde ela trabalha pertence a uma mulher! Se os dois trabalharem na mesma empresa, quando a empresa falir, e é só uma questão de tempo, porque mulher não tem tino pra negócios, os dois perderão os empregos de uma só vez. Por enquanto ele a deixa trabalhar, para lhe fazer as vontades. E quando ela perder o emprego, as coisas só voltarão a ser como eram. Aliás, ele tem sérias dúvidas se antes não era melhor.
- Lembra, Bem? Quando você não fazia nada e só cuidava da casa e das crianças?´-
Agora, pretender que ele se sujeite a essa ideia insana de ser humilhado, publicamente, pela sua mulher, de jeito nenhum! Prefere procurar outra que saiba valorizar a paciência de um homem. Até o amor tem limites.

07/11/2010

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