domingo, 30 de janeiro de 2011

E O TIRIRICA, HEIN?

 Com mais de 1.300.000 votos conseguiu se eleger e levar consigo mais 3 do seu partido. Seus eleitores até agora ainda não entenderam como é possível eleger 4 deputados com um só voto. Confesso que nem eu.
É a política e suas artimanhas. Mas, pensando bem, de um jeito meio esquisito, as coisas estão se encaminhando para o que devia ser desde o princípio. Afinal, os votos pertencem ao partido e não ao candidato. Muito mais fácil para os partidos escolher a dedo um que arrecade os votos e os outros são escolhidos internamente. Pelo menos o povo não se embaralha muito na hora de decidir. Cada partido apresenta um ou dois para a platéia e os demais ficam nos bastidores.  Aí é só escolher o mais engraçado e pronto.
Voltando no Tiririca, eu não concordo muito com a maneira que o povo brasileiro reagiu com a sua eleição. Ele é um representante legítimo de quem votou nele. Acho que foi Abraham Lincoln quem disse, quando perguntado por que o povo vota tão mal,  que na verdadeira democracia até os idiotas tem o direito de serem representados. Não que ele seja idiota, evidentemente, foi só uma expressão.
Estão dizendo que ele corre o risco de ser impugnado se ficar provado seu analfabetismo. Também não concordo. Se ele sabe assinar seu nome é o quanto basta.
- Ah!, mas ele vai assinar sem saber ler? – E daí? Até ex-presidentes cultíssimos, se não me falha a memória, já assinaram sem ler.
Lá nas urnas do plenário o voto também é eletrônico, não precisa escrever nada. E sempre haverá alguém por perto pra lhe instruir em quem votar.
- Excelência, meu voto segue a orientação do meu partido – já vi isso centenas de vezes na TV Câmara.
O que mais me espanta é que quem mais critica seus eleitores era quem criticava a proibição dos programas humorísticos de se meterem com os políticos, achincalhando até o Congresso Nacional, incutindo na cabeça do povo o nivelamento de todos eles por baixo, como se tudo fosse uma grande palhaçada. A mídia tanto lutou  pra liberar os humoristas, que acabou colocando lá dentro um representante da sua classe.
Pra falar a verdade, estou curiosa pra ver como ele se apresentará no dia de sua posse:
Com peruca ou sem peruca? De terno conservador ou o da moda, à La Restart?
Chamará seus pares de “Excelência” ou “Seu Abestado”? Convidará seus colegas para “Votar” ou pra “Coisar”?
Enfim, Com Tiririca ou sem Tiririca, o Brasil acaba sobrevivendo. Já vivemos momentos piores, se bem analisarmos.
Pelo menos ele já leva uma vantagem sobre muitos: é um Ficha Limpa (até prova em contrário). Melhor que isso: é um Ficha Virgem.
Parafraseando o Ari Fontoura e adaptando para o momento:
“Prefiro um palhaço que pode se corromper a um sisudo já corrompido”.
E que Deus nos acuda. E sacuda.


05/10/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário