sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O CARONA




Completamente perdido na estrada, páro.

À sombra de uma trégua descanso e penso:

-   Se peço carona, quem me leva e pra onde?

-   Se peço carona, quem me leva e pra onde?

-   Onde está o caminho? Onde está o caminho?

( se nem sei de onde venho... se nem sei de onde venho...)



Na reta infinita sem direito a desvios     
                                
a noite chegando e só agora atento

-  que o tempo é irreversível

-  que o tempo é irreversível

-  e é perda não tentar outros caminhos

-  e é perda não tentar outros caminhos

( onde está o caminho?... onde está o caminho?...)



Maldita infância em que só se aprende

a caminhar lindamente, sem sentido

e se cresce, questionando, covarde

e se vive, sonhando apático

e se morre

-  debruçado na cabeça sempre cheia

-  debruçado na cabeça sempre cheia

-  de coisa nenhuma,  de coisa nenhuma

(é este o caminho?... é este o caminho?...)



-  Finalmente esvaziada pelo nada

- finalmente esvaziada pelo nada

( e nem sei de onde venho... e nem sei de onde venho...)

-  com a cabeça esvaziada pelo nada

-  com a cabeça esvaziada pelo nada

( é este o caminho?... é este o caminho?)

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