terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O CHÃO

Ah! Tão pé no chão!
Tão pé no chão, que o peso do chão me sobra à cabeça!
Me cobra a represa do vôo travado.
Me pune o pecado da lida rasteira.

Da beira, da beira, da eterna beira,
de quem só entende de chão.

Da asneira de lição aprendida dos precipícios alheios
Tanto receio, tanta xepa de vida!
Tanta regra seguida, a nem um metro do chão.

Quanto chão! Quanto chão!
Quanta vã guarida de chão!
Tanta pedra, tanto tropeço e o chão,
 sempre o chão,
 a me poupar da queda.

Quanta náusea de altura da superfície do chão!

28/01/12

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